E eu como a eterna antissocial, que sempre serei, resolvi
passar o sábado à noite tomando vinho e xeretando os projetos do BIG... quero
deixar claro que não sou muito fã do escritório, talvez porquê eu gosto
de arquitetura mais minimalista, maaaas não nego que os projetos do escritório provocam uma experiência espacial ao usuário muito interessante e isso me fascina, acho incrível, mesmo achando a plástica um pouco sofrida.
Mas o meu objetivo hoje não está relacionado a qualidade dos projetos, mas sim ao modo que os projetos são apresentados, principalmente os esquemas. É interessante como toda a lógica projetual pode ser explicada com poucas imagens e isso é uma lição, passar uns minutinhos navegando e exercitando a lógica BIG de projetar é sem dúvida uma ótima maneira de gastar o seu tempo. Então vamos lá, essa postagem nada mais é do que um compilado
subjetivo dos desenhos que mais chamaram a minha atenção.
O primeiro projeto nessa lista também é o primeiro projeto do site, o MAG High Square de 2012. Sinceramente pulei os textos e fui para esses esqueminhas que nos mostra claramente a intenção do arquiteto. No primeiro conjunto observamos o partido e no segundo vemos a variedade de funções, além da organização espacial.
Nesse projeto de 2004, REN People's Building Shangai, temos um símbolo assumindo a plástica do edifício e o esqueminha deixa claro que a funcionalidade não foi dispensada, ufaaaaaaa!
O próximo projeto, de 2005, o BATT Faste Batteri é um dos que eu mais gostei, achei ducaralho a maneira como ele aborda o entorno sem nem mostrá-lo. O mais legal é que a gente nem sente falta, porque a informação essencial tá ali.
O HUA Hualien Residences, de 2009, apresenta um bom compilado de informações bem representadas, tais como orientação solar, modulação etc.
Nesse projeto de 2013, BHS Honeycomb / Albany Marina Residences Building 1, as piscinas ajudam a reforçar a leitura da estrutura, que se apresenta como um elemento plástico capaz de quebrar a monotonia do prisma em que o projeto se apoia volumetricamente.
De 2014, STC Saint Thomas Church Extension, esse projeto chama minha atenção por transformar uma fachada de um prédio já existente em objeto a ser apreciado, ao potencializar o seu foco visual ocasionado pelo seu enclausuramento.
Também de 2014, o UPP Uppsala Power Plant é um projeto muito interessante... é uma solução que me encanta ao trazer para o partido as estações do ano e com essa varição fornecer um uso por estação, sem que para isso haja a necessidade de elementos temporários.
Nesse projeto de 2015, o PITT Pittsburgh Lower Hill Master Plan, a gente percebe como o desnível do terreno foi determinante na relação dos edifícios com o espaço existente.
Em 2015, GHG Gamel Hellerup High School, essa escola precisou expandir o seu programa e a solução adotada é claramente apresentada nos esquema abaixo.
O último da lista não é um esquema, mas sim um desenho.... um desenho lindo.
E é isso... acabou.
You think you
know how the world works? You think that this material universe is all there
is? What is real? What mysteries lie beyond the reach of your senses? At the
root of existence mind and matter meet. Thoughts shape reality. This universe
is only one of an infinite number. Worlds without end. Some benevolent and life
giving. Others filled with malice and hunger. Dark places where powers older
than time lie ravenous and waiting. Who are you in this vast Multiverse, Mr.
Strange?
Doctor
Strange, 2016
A prática arquitetônica
como expressão artística está sempre relacionada à beleza, como arquitetos é inegável
o nosso desejo em fazer um prédio bonito, mesmo que para isso a função seja um
pouco comprometida, algo que nunca assumiremos (você não leu isso aqui, diz que
foi no Archdaily, por favor).
E essa
prática de fazer algo bonito, lindo mesmo, geralmente acaba direcionando nossos
designs para um ato individual contra um problema/programa que nós deveríamos compreender,
fato que nos leva a inibir a contribuição dos usuários, fundamental parte em
qualquer projeto, já que semas pessoas não há razão para o projeto em si.
Além disso, a
pressão do mercado e a incessante busca por lucro é outro ponto que acaba
privando/afastando o arquiteto da dimensão cultural e social da profissão, onde
o resultado é uma prática profissional que pouco usufrui dos benefícios do
dialogo com o usuário e pouco conhece suas reais necessidades. E nesse panorama
surge a Arquitetura de Guerrilla,
com um nome ameaçador, que nos faz questionar de imediato sua semântica, uma
palavra do espanhol usada para se referir a lutadores, onde o diminutivo evoca
a diferença de números, escala e competência entre a guerrilha armada e a
formal.
Geralmente confundida
com a chamada Arquitetura Parasita, por ter um diálogo similar do uso do
espaço, principalmente porque as duas normalmente são construídas em espaços com
estruturas pré-existentes, tendo a Arquitetura de Guerrilla se distinguindo pelo extremo caráter social, onde as
necessidades das pessoas são o foco principal da arquitetura e assim a prática
emerge com um ato político.
Questionando os
valores de alguns arquitetos, dos governantes e até daqueles responsáveis pelo
planejamento urbano, achando brechas legais e preenchendo espaços renegados
para criar uma arquitetura funcional para as pessoas e pelas pessoas, onde
regularmente a demanda vem diretamente da população em si e não mais do empresário
que visa o lucro, o que aproxima a comunidade da tomada de decisões na busca pela
melhor solução e maneira em como aquele edifício servirá a comunidade.
O arquiteto
espanhol Santiago Cirugeda, baseado em Sevilha, produz esse tipo de arquitetura
integrado ao seu mode de vida, com uma arquitetura taxada como feia, ele reivindica
espaços abandonados e os devolve como um espaço público interessante a
comunidade. Geralmente com uma estrutura simples e rápida de construir, feita
com materiais reciclados e, principalmente, com uma forte função social, enfatizando
que a arquitetura é muito mais que beleza, ela tem que ser funcional, barata e
deve ter uma forte razão para a sua existência.
Cirugeda é um
bom exemplo que é possível através da arquitetura fazer uma abordagem
alternativa, que as vezes são resultado de um reinterpretação das leis (vivendo
no limbo legal) ou simplesmente usando de uma solução ilegal, com isso abrindo
o diálogo e questionando as leis diante do interesse e necessidade da
sociedade. É importante ressaltar que o papel dos edifícios vai muito além do
design do projeto e das legislações nos seus atos, Cirugeda, também é
construtor e traz para o canteiro os usuários através de oficinas de autoconstrução,
fato que aumenta o sentimento de pertencimento entre o edifício e os
usuários... e isso é lindo.
O caráter revolucionário
de sua arquitetura nos relembra que a arquitetura é uma resposta as
necessidades da sociedade e que é possível levar arquitetura para todos, através
de um design interessante, onde a beleza deixa de ser a prioridade e se enfatiza
a funcionalidade e a busca por uma melhor vivência da sociedade, onde os usuários
são ativos na sua própria transformação social.
---
Se você quer saber mais clica nos links abaixo:
No dia 27 de
julho, eu estava em Araripina, no sertão pernambucano, pajeando uma cliente aleatória,
sendo consumida como arquiteta e psicóloga quando recebi a carta final que
comprovava que tinha sido aprovada em um programa de bolsas para estudar na Universidade
de Pécs, na Hungria (que sendo bem sincera eu não sabia nem apontar no mapa). E
hoje, 30 de setembro, faz um mês que me mudei.
O fato é que se
alguém me parasse no dia 06 de julho, quando eu completei 27 anos, e me falasse
que em agosto eu me mudaria pra Pécs eu no mínimo chamaria de louco e gritaria
para que parasse de me iludir. Eu não posso dizer que era uma pessoa triste,
mas na real, não estava feliz com a minha rotina em Recife, eu realmente
precisava de uma oportunidade, com ares de forte justificativa, para abandonar
o trabalho que não me fazia feliz e sair de uma cidade que não me ofertava um
lazer que me fizesse abandonar a Netflix sem me sentir arrependida.
Abandonei uma
realidade onde eu tinha carro, onde trabalhava como arquiteta colaboradora em
um escritório famosinho da cidade, onde tinha meu próprio quarto, onde tinha o
meu próprio banheiro, onde eu tinha família por perto, onde eu tinha amigos por
perto... e vim para Hungria, sem conhecer nada, nem ninguém, pulando no total
desconhecido e buscando uma motivação que já não tinha em Recife, onde eu só
respirava por conveniência.
Foi uma
decisão difícil, afinal, morar em dormitório, tentar viver com a bolsa, ter que
enfrentar o inverno e não ter ninguém com quem você possa desabar seus
sentimentos não é algo muito atrativo, mas após esse mês eu só posso dizer que
foi uma das melhores decisões que tomei. Bom, eu tive sorte, não posso negar, assim
que cheguei ao meu quarto já encontrei quatro brasileiros, sendo uma dos
brasileiros minha colega de quarto, o que já me deixou bem mais aliviada e
menos apreensiva; aos poucos descobri mais brasileiros (amo brasileiros, tenho
que dizer isso); minha colega de quarto é bem legal e ela lembra meu irmão, o
que me faz gostar mais dela; conheci um húngaro e ele precisa ser mencionado,
porque com ele eu me sinto livre para ser eu mesma; estou amando ser estimulada
a pensar na arquitetura que eu quero fazer e não na arquitetura “vendável”; estou
morando em uma cidade onde me sinto segura e consigo resolver tudo andando e já
tenho amiguinhos.
É claro que
tem momentos que desejo muito me tele transportar para Recife, chorei horrores
na hora que o avião decolou, tenho saudade dos meus pais, do meu irmão, dos
meus amigos, das minhas primas, das minhas cachorras e do bebê que eu nunca vi
fora da barriga da minha prima, maaas eu tenho total clareza que eu precisava
fazer isso por mim e esse ato egoísta era uma necessidade, eu precisava ouvir
esse grito que mandava, implorava e dava coragem para sair do lugar comum. E
agora posso dizer que respiro por prazer.
Uma das únicas coisas que posso considerar constante na minha vida é o fato de ser mandatória, no domingo, uma arrumação nas minhas roupas, gosto de percorrer o olhar nas peças, combina-las mentalmente e exercitar o inusitado, mesmo que o inusitado não seja o dress code do dia-a-dia.
E na
arrumação de hoje toda uma reflexão sobre como eu consigo identificar
claramente as mudanças da minha personalidade com as mudanças do meu estilo. É até
engraçado lembrar a adolescente tabacuda que ia para a balada com as amigas, divas da sala, usando blusas com estampa da Hello Kitty, isso aos 14 - 16 anos, a bobinha que aos 18 anos ainda usava roupa da seção infantil
e foi fazer vestibular com uma blusa azul estampada com uma bonequinha japonesa
hahahahahahaha... mas a roupa, por mais que eu tente negar era quem eu era, uma
bobinha, uma fofinha, uma idiota que ainda não tinha entendido claramente qual
seria o próximo passo.
Lembro que quando fui começar a faculdade meu sonho era ter 20 blusas, pelas minhas contas assim eu passaria um mês inteiro sem repetir as blusinhas, nessa época eu ainda acreditava que quantidade era o mais importante e não me importava muito se a roupa que eu comprava tinha o tecido certo, era durável e nem mesmo se era bonita, só queria bater a meta das 20, que nunca passaram de 10 hahahahahaha... só que de repente eu me vi estagiária, no ambiente de trabalho, com uma marca de Havaianas no pé e do nada enxerguei na roupa um instrumento capaz de expressar minha personalidade, já que sempre fui tímida para usar as palavras.
Só que entre desejar mudar e mudar de fato mora um abismo de questionamentos que vão desde questões práticas (o que comprar? onde comprar? com que dinheiro?) até pessoais (do que eu gosto? o que eu quero usar? quem eu sou?) e isso é bem louco, o desejo tá ali, mas as respostas não e isso gera uma inquietação louca, mas muito gostosa de viver, é na transformação que eu vejo o quão forte eu fui, mesmo sem confiança alguma... e é aí que a roupa entra na minha vida como um instrumento que me dá mais confiança, é tipo o Clark Kent bobinho jornalista virando o homão Supermam através de uma simples troca de roupa e a roupa servindo como um classificador no seu comportamento pessoal e no seu alter ego.
Lembro que quando fui começar a faculdade meu sonho era ter 20 blusas, pelas minhas contas assim eu passaria um mês inteiro sem repetir as blusinhas, nessa época eu ainda acreditava que quantidade era o mais importante e não me importava muito se a roupa que eu comprava tinha o tecido certo, era durável e nem mesmo se era bonita, só queria bater a meta das 20, que nunca passaram de 10 hahahahahaha... só que de repente eu me vi estagiária, no ambiente de trabalho, com uma marca de Havaianas no pé e do nada enxerguei na roupa um instrumento capaz de expressar minha personalidade, já que sempre fui tímida para usar as palavras.
Só que entre desejar mudar e mudar de fato mora um abismo de questionamentos que vão desde questões práticas (o que comprar? onde comprar? com que dinheiro?) até pessoais (do que eu gosto? o que eu quero usar? quem eu sou?) e isso é bem louco, o desejo tá ali, mas as respostas não e isso gera uma inquietação louca, mas muito gostosa de viver, é na transformação que eu vejo o quão forte eu fui, mesmo sem confiança alguma... e é aí que a roupa entra na minha vida como um instrumento que me dá mais confiança, é tipo o Clark Kent bobinho jornalista virando o homão Supermam através de uma simples troca de roupa e a roupa servindo como um classificador no seu comportamento pessoal e no seu alter ego.
E esse caminho de me enxergar por meio do modo como me visto transformou-me em uma
admiradora confessa de roupas, mas não aquela que está lá sendo exuberante na
passarela, mas sim a que
a moça estilosa está usando ao ponto de despertar o desejo de furtar a
personalidade daquela pessoa... sério, é fascinante ver alguém com uma roupa
incrível e mais fascinante ainda quando você se interessa pelo boy estiloso e
descobre que ele é um abusadinho maravilhoso, inteligente e isso vira um
relacionamento sem rótulos (não muito saudável, confesso).
É importante lembrar, apenas, que a mudança é uma constante e assim como na vida é imprescindível praticar o desapego, rever os arranjos de um bom estilo, de um bom look do dia e até de si mesmo.
Nas últimas semanas a palavra que mais vi atrelada ao nome de Lina Bo Bardi foi: UTOPIA.
Acredito que a UTOPIA quando interpretada como um caminho a se percorrer para exploração completa no ato criativo, como uma forma de simular e até de extrapolar a realidade e como uma abstração de um desejo pode, e deve, estar relacionada ao fazer arquitetônico e até acredito que Lina e todos os arquitetos fizeram e continuam fazendo uso da fantasia nas suas criações.... arquitetura é fantasiar, é projetar algo que ainda nem existe. Só que não foi no sentido fofinho que a palavra UTOPIA foi usada para descrever o fazer arquitetônico da musa Lina Linda Bo Bardi, mas sim como um adjetivo para seu desejo impossível de transformação através da arquitetura e isso é uma injustiça do caralho.
É uma injustiça simplesmente porque estamos falando da arquiteta que construiu o MASP, ..... e, por isso, sendo bem honesta, nunca tinha atinado em relacionar os trabalhos de Lina a UTOPIA, não mais que a dose "saudável".
>>>
Esse texto surgiu porque hoje, 01 de julho, fui visitar a icônica Casa de Vidro e como toda nerd de arquitetura e adoradora histérica do espírito arquitetônico de Lina me emocionei ao percorrer onde antes ela esteve, de sentir a escala motivada pela decisão que ela tomou.
>>>
Esse texto surgiu porque hoje, 01 de julho, fui visitar a icônica Casa de Vidro e como toda nerd de arquitetura e adoradora histérica do espírito arquitetônico de Lina me emocionei ao percorrer onde antes ela esteve, de sentir a escala motivada pela decisão que ela tomou.
Impressionante
como uma segunda-feira qualquer pode tomar um rumo completamente inusitado,
ontem, 26 de fevereiro, uma simples conversa durante o almoço transformou-se em
um empreendedor ato capaz de gerar uma mudança de vida e tudo motivado por uma
palavra: MARCENARIA.
O fato é que
sempre existiu em mim o desejo de ser marceneira, comprei um livro ótimo, já tem alguns anos, que me deixou mais fascinada e curiosa sobre o assunto, mas aí a vida se encarrega de consumir o nosso tempo e acabei deixando de lado meu desejo, só que agora tudo mudou. QUERO SER MARCENEIRA e quero empreender como marceneira.
E, sendo eu uma pessoa erudita, em menos de 24h após a "decisão" de me tornar marceneira estava em uma sala no SEBRAE, com minha futura sócia, em uma palestra introdutória do programa Começar Bem. É óbvio que eu não tenho noção alguma do que é ter um negócio e até mesmo de como começar um, por isso fiquei surpresa ao sentir confiança na minha capacidade de montar um plano realista, seguindo apenas os passos do Começar Bem.
Então é isso.... tem interesse de começar um negócio, quer ser empreendedor???? É burrinho no assunto, feito eu???? Vá no SEBRAE.
>>>
Tudo é um mistério, se vamos continuar, se vai dar certo, se vamos conseguir e, principalmente, se vamos persistir.... a inquietação é constante e a paciência se mostra como o pior companheiro da mudança.
Com toda
certeza a parte mais chata de terminar uma perspectiva é encontrar a escala
humana perfeita e que seja capaz de traduzir toda a essência do projeto, seja
ele mais descontraído (com crianças fofêenhas brincando) ou sério (com um moço pomposo vestido
no seu paletó bem passado).
E é claro que sempre rezamos para não precisarmos de uma pessoa sentada, sério!
E é claro que sempre rezamos para não precisarmos de uma pessoa sentada, sério!
Mas aí a
coleguinha aqui cansada de salvar as imagens, e esquecer os sites depois,
resolveu salvar os links mais interessantes nesta postagem. É isso... bjus!!!

Acho que o mais justo é começar esse texto expressando o quanto sou ingênua, como arquiteta, por acreditar seriamente que sou capaz de transformar a vida de uma pessoa através de um design correto, eficiente e convidativo.
Bom,
hoje, ao organizar meus links salvos me deparei com esse projeto: Centre Village, dos escritórios 5468796 Achitects e Cohlmeyer Architecture Limited. O fato é que achei o projeto fantástico, no nível de desejar tê-lo feito, é um projeto que claramente mostra a vontade dos escritórios envolvidos em fazer muito mais que uma simples máquina de morar.
Infelizmente, o link não tratava-se de uma exposição do projeto, mas sim de um relato de como a sociedade interage com a edificação. No cru, sem flores, o texto diz que a arquitetura errou com a sociedade e ofereceu habitações pequenas que cercam um pátio ideal para praticar crimes longe dos olhares da polícia. É claro o sensacionalismo e uso de generalizações, além do fato de que os problemas apontados claramente vão muito além do projeto arquitetônico, mas o texto é um importante objeto para reflexão.
É interessante ver como a arquitetura é recebida por quem vive o espaço, principalmente uma arquitetura onde o cliente é apenas um número de famílias e não as famílias em si. E acho que abordagens como essa do The Guardian são alertas para nós, arquitetos, refletirmos com as experiências dos nossos colegas, para que possamos cada vez mais mostrar designs eficientes ou simplesmente argumentos concisos para os "sabichões", como podemos ver na resposta dos arquitetos.
Por mais que eu me esforce para tomar partido sobre o insucesso ou não do projeto eu me encontro dividida entre a análise da realidade do local e o desejo de criar prospectando um futuro de uma sociedade ainda idealizada, onde a mudança vai muito além de uma simples solução de design. E é aí que questiono até onde a arquitetura, sozinha, é capaz de transformar o comportamento social.
Infelizmente, o link não tratava-se de uma exposição do projeto, mas sim de um relato de como a sociedade interage com a edificação. No cru, sem flores, o texto diz que a arquitetura errou com a sociedade e ofereceu habitações pequenas que cercam um pátio ideal para praticar crimes longe dos olhares da polícia. É claro o sensacionalismo e uso de generalizações, além do fato de que os problemas apontados claramente vão muito além do projeto arquitetônico, mas o texto é um importante objeto para reflexão.
É interessante ver como a arquitetura é recebida por quem vive o espaço, principalmente uma arquitetura onde o cliente é apenas um número de famílias e não as famílias em si. E acho que abordagens como essa do The Guardian são alertas para nós, arquitetos, refletirmos com as experiências dos nossos colegas, para que possamos cada vez mais mostrar designs eficientes ou simplesmente argumentos concisos para os "sabichões", como podemos ver na resposta dos arquitetos.
Por mais que eu me esforce para tomar partido sobre o insucesso ou não do projeto eu me encontro dividida entre a análise da realidade do local e o desejo de criar prospectando um futuro de uma sociedade ainda idealizada, onde a mudança vai muito além de uma simples solução de design. E é aí que questiono até onde a arquitetura, sozinha, é capaz de transformar o comportamento social.
Folha em
branco... o indício que um capítulo acabou para que um novo possa
tomar seu
lugar, o momento em que a pausa se faz presente
para que
possamos refletir e nos preparar.
É quando a
história absorve as experiências passadas e
ruma para o
desconhecido, fazendo da transição
uma
experiência de descoberta.
E é o
momento que você reconhece como preencher o vazio,
o espaço em branco, sua vida, que ainda está lá, livre,
sem palavras pré-estabelecidas, um convite para suas
atitudes mais íntimas, mais audaciosas, um
o espaço em branco, sua vida, que ainda está lá, livre,
sem palavras pré-estabelecidas, um convite para suas
atitudes mais íntimas, mais audaciosas, um
convite para
você ser simplesmente você.
Eu só espero
que não lhe falte coragem e muito menos sonhos.
Não procure
nunca a solução nos outros, você é muito mais
forte do que
pensa, faça desse pensamento um
catalizador e
viva, a única página em branco
que devemos
temer é aquela onde não
podemos escrever.
podemos escrever.
A década de 20 foi marcada pelo pensamento modernista que procurava romper com os estilos do passado abordando novas questões estéticas e funcionais. Esse ambiente favorável à renovação das artes tornou possível o desenrolar de uma arquitetura moderna brasileira.
O primeiro arquiteto a destacar-se como moderno atuou enquanto o ecletismo ainda se fazia vigente no país, Gregori Warchavchik, emigrante russo formado na Itália, não estava imbuído da tendência nacionalista presente no movimento modernista de 1922, mas mesmo assim recebeu favoráveis críticas dos líderes da Semana modernista de 1922 que caracterizaram as suas construções como modernas e brasileiras. É importante esclarecer que mesmo tendo sido ovacionada como arquitetura moderna brasileira os projetos de Warchavchik não devem ser considerados como uma arquitetura tradicionalmente brasileira visto que o conhecimento prévio empregado era de origem europeia.
O primeiro arquiteto a destacar-se como moderno atuou enquanto o ecletismo ainda se fazia vigente no país, Gregori Warchavchik, emigrante russo formado na Itália, não estava imbuído da tendência nacionalista presente no movimento modernista de 1922, mas mesmo assim recebeu favoráveis críticas dos líderes da Semana modernista de 1922 que caracterizaram as suas construções como modernas e brasileiras. É importante esclarecer que mesmo tendo sido ovacionada como arquitetura moderna brasileira os projetos de Warchavchik não devem ser considerados como uma arquitetura tradicionalmente brasileira visto que o conhecimento prévio empregado era de origem europeia.
A primeira casa construída pelo
arquiteto no Brasil tratava-se da sua própria residência, as dificuldades não
foram poucas, primeiro para seu projeto ser aprovado foi necessário maquiar
suas intenções modernas, já que havia severas censuras as fachadas (em nome do
bom gosto), com isso foi necessário a criação de um desenho apresentando o
volume básico da construção repleto de acréscimos fictícios (cornijas,
enquadramento das janelas etc.), que naturalmente não seriam construídos sendo
necessário alegar falta de recursos para justificar sua ausência. O maior
obstáculo enfrentado por Warchavchik foi à ausência de material industrializado
que o obrigou a desenhar as esquadrias, caixilhos metálicos, grades, lanternas,
luminárias etc. para não sacrificar sua concepção estética.
Visto como símbolo de modernidade não
demorou para aparecer novos projetos que gradativamente mostraram-se mais
puro/funcional com um programa rigorosamente lógico. Os rápidos progressos
industriais propiciaram maiores audácias nas construções fazendo de Warchavchik
o delegado do movimento moderno da América do Sul, título concedido pelo
secretário geral do CIAM que soube dos feitos de Gregori pelo arquiteto Le
Corbusier.
A reputação de Warchavchik estendeu-se
por todo o Brasil chegando a Lucio Costa que não demorou a associar-se com o
arquiteto, seja nas suas experiências acadêmicas ou profissionais. A união de
Lucio Costa com Warchavchik deveu-se principalmente ao fato da cumplicidade
relacionada ao movimento moderno e gerou positivos ganhos na arquitetura
moderna brasileira.
Casa do Arquiteto
Casa Modernista
Casa da Rua Bahia
Vila Gamboa
Casa Toneleiros, dizem que Frank Lloyd foi
influenciado por ela
Prédio Modernista